-Alô. -Ouvi sua voz tremula-
-Oi amor, onde você tá? Quer me matar de preocupação? -Eu disse apressado-
-Calma PAI, to bem ,eu to falando com a médica.
-Okay, me liga quando puder.
-Beijos, Jus.
Pelo menos ELA está bem, a irmã dela é maluca.
Justin OFF- Elisa ON
-Me desculpe doutora, o que dizia?
Gostei de Justin ter se preocupado comigo.Mas de volta a realidade, onde as coisas boas são pequenas demais em comparação aos monstros que nos assombram.
-Acabei de receber a informação, pelo computador, que você já pode visitar a sua irmã.
-Obrigada.
Sai da sala e vi Justin a minha espera, o que me fez pensar no quanto eu sou cruel.Mas não sei se essa é a hora de contar à ele...Eu sei que não vou poder adiar pra sempre, mas quanto mais tarde melhor.
-E aí? Ela está bem? -disse preocupado-
-Bem, bem não.Mas ela não está mal, mal....
-Ah ok.
-Eu vou ir ver ela, tudo bem?
-Ahan -assentiu-
-Tabom.
-É.
Tava parecendo aquelas cenas de filme na qual ninguém sabe se já pode parar de falar "tchau" ou "até mais" ou "tabom". Então eu só sorri e o abracei.
-Obrigada por ter me trazido.- sorri-
-De nada.-Dessa vez ele me abraçou, depois olhou nos meus olhos-Quero que saiba que eu vou estar com você para sempre.- segurou meu rosto com as mãos-Para sempre, ok?
Apenas o abracei com medo de fazer uma promessa que eu não sei se vou poder cumprir.Eu queria desfrutar desses dias com ele, eu queria fugir do resto do mundo e não continuar nessa mesmice de sempre.Mas não conseguia parar de pensar que daqui a alguns dias eu ia embora pra uma universidade e tudo isso iria acabar.
Ele se afastou e eu me virei seguindo para o quarto que a doutora havia me indicado, mas ele segurou meu braço.
-É...eu não queria te deixar aqui, mas seus pais já devem estar chegando e eu tenho que ir.
-Hm...Tudo bem .-assenti-
Então ele se virou e foi embora, enquanto eu segui para a sala na qual Mia se encontrava.Fitei a porta por alguns segundos e a abri, deparando-me com uma garota frágil que eu não conhecia.
-Me desculpe Elisa, me desculpe.-Ela disse desesperadamente em busca de um perdão que eu nem sabia o porque.-
-Te desculpar pelo que?
-Por..por,acho que por ter nascido é o suficiente.-baixou o olhar-
-Não.-me aproximei da cama depressa.- você não tem culpa de nada.-assenti-
-Eu tenho.-disse mais auto e com conivicção-Eu não deveria ter feito isso, eu to atrapalhando vocês de novo.To atrapalhando seu aniversário mais importante.
-PARA.- Gritei fazendo-a olhar assustada pra mim.- Você não tem culpa, você não tem que se desculpar, você não está atrapalhando.Eu vou te ajudar com isso, ok?
-Ok...-me abraçou-
Uma enfermeira entrou na sala e disse que meus pais tinham chegado, portanto eu teria que sair.Um tempo depois meus pais saíram com Mia.
-Phill, vá com Mia para o carro, eu vou falar um instante com a Elisa.
Meu pai assentiu, e seguiu com minha irmã.Minha mãe me fitou com preocupação.
-Querida...Sua irmã vai passar uns tempos numa clínica de reabilitação.-abaixou o rosto e deixou uma lágrima rolar-
-Vai dar tudo certo.- a abracei-Vamos?
-Claro.Espera!Nós precisamos mostrar que ela é amada, é necessário pra recuperação dela...
-Vamos sair dessa mãe.
Saímos e fomos pra casa, ficamos em silêncio o caminho inteiro, o que não era nem um pouco de costume.
-Gente, eu to viva.-assentiu- Eu sei que eu só atrapalho vocês.-olhou para baixo-
-Mia, já disse que não é verdade.- Eu respondi entediada.-
-É claro que é...-levantou a cabeça- Mas não quero falar sobre isso!Pai, se importa de ligar o rádio?
-É claro que não. -Disse ele ligando.-
Estava tocando Wings, da Little Mix.Eu amo aquela música. (http://www.youtube.com/watch?v=cOQDsmEqVt8)
Chegamos em casa um pouco depois e Mia já foi fazer suas malas com suas roupas e muitas de suas coisas seriam confiscadas na entrada da reabilitação.Mas o que eu podia fazer, eu já fiz.Ela iria sair amanhã de manhã.
Minha festa não tinha mais clima, legal ...
